sexta-feira, 24 de julho de 2015

Segunda edição do Copene Sul é finalizada com sequência de seminários




No dia 24, quarto dia de II Copene Sul, o evento encerrou suas atividades com uma manhã e tarde em clima de confraternização. O período matutino do evento contou com encerramento dos minicursos iniciados no dia 22 e com a realização de workshops, enquanto o período vespertino comportou a apresentação do seminário da área de Educação da Associação Brasileira de Pesquisadores (as) Negros (as) (ABPN), que finalizou as atividades da segunda edição do evento.

Minicursos
Das 8h às 9h30, ocorreu o encerramento dos onze minicursos iniciados no segundo dia de evento (22). Os minicursos trataram das temáticas do feminismo, educação, saberes artísticos e identidades do movimento negro e da cultura afro-brasileira, além de muitas outras. De acordo com Mara Lenise Silva Duarte, instrutora responsável pelo “Abayomis Retalhos da História”, a relevância da realização de minicurso a respeito do papel histórico-social das bonecas Abayomi reside em “trabalhar a autoestima da criança e da mulher negra, e também poder resgatar a cultura afro-brasileira e a identidade africana”.
 
Workshops de Pesquisa
Das 9h45 às 12h, realizaram-se os 6 workshops de fortalecimento e aprofundamento dos pesquisadores (as). As temáticas trabalhadas nos workshops seguiram a abordagem dos estudos e relações étnico-raciais no meio científico, direcionados ao público alvo de alunos de graduação, mestrado e doutorado, além de doutores. O Dr. Hector Guerra Hernandez, que ministrou o workshop “Entre o manual e a realidade, fazer campo em África: experiência moçambicana”, deu seu parecer sobre a importância de workshops de pesquisa no trabalho da temática da diversidade racial: “É importante ter muita aula prática, porque na maior parte das vezes estamos confrontados com aulas teóricas (no caso, trabalhando no departamento de história, trabalha-se muito com historiografia), e quando se quer trabalhar com fenômenos atuais, contemporâneos, vemos que há uma carência em relação à maneira como se confrontam esses fenômenos, a metodologia que se usa, as questões heurísticas que colocam, a maneira de se questionar os conceitos com os quais se trabalha.”.
 
Seminário
Os participantes também puderam assistir à sequência de seminários que teve início às 14h30, na sala Homero de Barros, campus Reitoria. Para tal, quatorze professores doutores de Universidade Federais de todo o país foram convidados a explanar seus projetos de pesquisa, uma forma de compartilhar seus objetivos e resultados e estabelecer um diálogo interinstitucional.

Os projetos abordavam a partir de diferentes perspectivas as questões acerca de igualdade étnico-racial e racismo nas universidades. Na medida em que as ações afirmativas e a política de cotas se concretizam no cenário universitário, 
despertou-se o olhar dos (as) pesquisadores (as) para a necessidade de acompanhamento da trajetória dos graduandos cotistas nas universidades, e não apenas garantir seu acesso. Alguns projetos também visam estudar as oportunidades que recebem os graduados egressos do sistema de cotas no mercado de trabalho, como são recebidos e qual sua posição neste meio. A formação dos professores e a necessidade de investimentos em disciplinas pedagógicas nos cursos de licenciatura também foram temas de debate, destacando-se a influência que a classe exerce na sociedade.

Em geral, todos os projetos apresentados são permeados pela reflexão de que, levando em conta a emergência de muitos movimentos sociais negros no Brasil, é indispensável que haja uma rede de compartilhamento de saberes entre estes e o espaço universitário, para enriquecimento de ambos. Determinou-se que há a necessidade de contato permanente com os movimentos negros para que seja pensada a questão educacional. Outros temas abordados foram a carência de estudos que envolvam a questão sexualidade, tema que é pouco explorado, mas que precisa de valorização e desse recorte, pois estudar somente a questão racial tornou-se insuficiente para a compreensão do cenário discriminatório nas universidades.

Redação: Fábrica de Comunicação

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